segunda-feira, 31 de maio de 2010

Ser diferente não é ser problema - Gasparetto

Você já reparou que mil elogios podem ser anulados por uma única crítica?
É só chegar uma pessoa e dizer que deveríamos ser assim
ou assado(ainda que dito de forma bem delicada) e aquilo bate forte no nosso peito.
Ficamos sem chão, nos sentimos ofendidos e, na hora, adotamos uma postura defensiva.
É impressionante como somos vulneráveis.
Só de imaginar que vai ser criticada, você já muda a maneira de agir,
já não faz as coisas como queria, não se coloca na vida como gostaria de se colocar.
Tem gente que gasta a vida inteira adotando posturas falsas para evitar críticas.
Que bobagem !!!
Mesmo que você abra mão de ser espontânea para assumir os modelos, jamais agradará a todos. Isso é IMPOSSÍVEL !!!
E digo mais: você sempre será criticada.
Aonde eu quero chegar? Na verdade, as críticas não terão esse efeito arrasador a partir do momento que você não der tanta importância a elas.
Se fôssemos um pouco mais inteligentes, não escutaríamos crítica alguma.
Até poderíamos, desde que fosse com um filtro.
Assim: o fulano me disse tal coisa. Será que isso é verdade?
Vou investigar e tiro minhas conclusões, baseado em minha própria observação.
E sempre com a mente tranquila e os pés no chão.
O problema da crítica nada mais é do que dar muito crédito aos outros.
Ou seja, você sempre se coloca em segundo plano,
dá lugar aos outros (não importa se está supercansada),
não machuca os outros(não importa os próprios sentimentos).
Isso entra de tal forma que temos um departamento na nossa cabeça chamado "os outros".
E, como você está sempre em segundo plano, vai ficando lá no fundinho da fila.
Por isso a crítica pega tanto.
O segredo é um só: aprenda a se colocar em primeiríssimo lugar.
Não estou estimulando o egoísmo, mas sim a autovalorização.
É dar importância aos seus dons, sentidos, opiniões, emoções e sentimentos.
Quando você se dá valor, todos também dão.
Acredite! O sucesso é não ouvir as críticas.
A lei é essa: só se dá valor a quem o tem.
Por isso, toda vez que se deparar com uma crítica, pare e reflita:
"O que importa é o que eu sinto e não o que a pessoa sente.
O essencial é o que eu penso, não o que pensam.
A natureza me fez responsável por mim.
Me dou valor e assim serei".

sábado, 29 de maio de 2010

Sou dona de mim - Virgínia Satir

"Eu sou eu. Em todo o mundo não há ninguém igual a mim.
Há pessoas que têm alguns talentos iguais aos meus,
Mas a natureza de ninguém se compara a minha.
Por essa razão, tudo que sai de mim é meu de verdade, porque eu sozinha fiz a escolha.
Sou dona de tudo o que diz respeito a mim.
Meu corpo, inclusive tudo o que ele faz;
minha mente e inclusive todos os seus pensamentos e idéias.
Meus olhos, inclusive as imagens de tudo o que contemplam.
Meus sentimentos, seja quais forem, raiva, alegria, frustração, amor, desengano, excitação.
Minha boca e todas as palavras que dela provém,
gentis, doces ou ásperas, próprias ou impróprias;
Minha voz, ruidosa ou suave; e todas as minhas atitudes, com os outros ou comigo mesma.
Sou dona de minhas fantasias, meus sonhos, minhas esperanças, meus temores.
Sou dona de todos os meus triunfos e sucessos, de todos os meus fracassos e erros.
Porque sou dona de mim, sei o que se passa em meu íntimo.
Então, gosto de mim e sou afetuosa comigo em tudo que me diz respeito.
Desse modo, possibilito a mim trabalhar como um todo para o meu bem.
Sei que há em mim alguns aspectos que não conheço,
mas enquanto eu for terna e afetuosa comigo mesma, poderei com coragem e esperança, procurar soluções para os enigmas e meios de descobrir mais sobre mim.
Seja como for que eu pareça e me comporte, o que quer que diga e faça,
pense e sinta em dado momento, tudo isso sou eu.
É autêntico e representa onde estou neste exato momento.
Quando mais tarde recordo como pareci e me comportei,
o que disse e fiz e pensei e senti, talvez algumas partes revelem-se inadequadas...
Jogo fora o que não me serve,
guardo o que foi aprovado e invento algo novo para substituir o que descartei.
Vejo, ouço, sinto, penso, falo e faço.
Tenho as ferramentas para sobreviver, para ficar perto dos outros,
para ser criativa e compreender o mundo das pessoas e as coisas fora de mim.
Sou dona de mim!!!"

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Sofrimento e transformação - Lao-Tsé

Se quiser eliminar o sofrimento do mundo,
elimine tudo o que há de escuro em você.
Na verdade, o maior presente que você tem para oferecer
é o da sua própria transformação.

Você - Verônica H.

Não precisa dizer nada.
Seu silêncio é meu refúgio e você é minha madrugada fria de outono.
Seu sorriso me aquece
e nada mais faz sentido sem esses segundos que parecem horas
quando estou presa nos seus olhos.
Você já não pode ser o que eu quero.
Porque você é mais que isso.
Você é tudo o que eu queria merecer.

Simples assim... - Fernanda Mello

"A felicidade mora num mundo pequeno seu
e não naquele grande que faz você se perder demais.
A felicidade é simples,
e quando você descobre isso
ela deixa de ser uma espera e passa a ser um minuto, um segundo.
E é de minutos e segundos que se faz a vida."

Enfrentar-se - Millôr Fernandes

' Eu sofro de mimfobia,
tenho medo de mim mesmo.
Mas me enfrento todo dia. '

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Pertencer - Clarice Lispector

"A vida me fez de vez em quando pertencer,
como se fosse para me dar a medida do que eu perco não pertencendo.
E então eu soube: pertencer é viver.
Experimentei-o com a sede de quem está no deserto
e bebe sôfrego os últimos goles de água de um cantil.
E depois a sede volta e é no deserto mesmo que caminho. "

O tempo ensina, mas não cura... - Martha Medeiros

Você pode ir embora e nunca mais ser a mesma.
Você pode voltar e nada ser como antes.
Você pode até ficar, pra que nada mude,
mas aí é você que não vai se conformar com isso.
Você pode sofrer por perder alguém.
Você pode até lembrar com carinho ou orgulho de algum momento importante na sua vida: formatura, casamento, aprovação no vestibular ou a festa mais linda que já tenha ido,
mas o que vai te fazer falta mesmo, o que vai doer bem fundo,
é a saudade dos momentos simples:
Do cheiro que você sentia naquele abraço,
Da hora certinha em que ele sempre aparecia pra te ver
E como ele te olhava com aquela cara de coitado pra te derreter.
De qualquer forma, não esqueça das seguintes verdades:
Não faça nada que não te deixe em paz consigo mesma;
Cuidado com o que anda desabafando;
Conte até três (tá certo, se precisar, conte mais);
Antes só do que muito acompanhado;
Esperar não significa inércia, muito menos desinteresse;
Renunciar não quer dizer que não ame;
Abrir mão não quer dizer que não queira;
O tempo ensina, mas não cura.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Dúvida - Guimarães Rosa

"Se todo animal inspira ternura,
o que houve, então, com os homens?"

Agradecimento - Pe. Fábio de Melo

Eu gostaria de lhe agradecer
pelas inúmeras vezes que você me enxergou
melhor do que eu sou.
Pela sua capacidade de me olhar devagar,
já que nessa vida muita gente já me olhou depressa demais.


PS - Hoje, além de me ver melhor do que sou, me fez melhor do que era...

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Persistência - Dalai Lama

"Desenvolver força, coragem e paz interior demanda tempo.
Não espere resultados rápidos e imediatos,
sob o pretexto de que decidiu mudar.
Cada ação que você executa permite que essa decisão
se torne efetiva dentro de seu coração."

O nosso amor - Machado de Assis

...''Há umas plantas que nascem e crescem depressa; outras são tardias e pecas.
O nosso amor era daquelas; brotou com tal ímpeto e tanta seiva, que, dentro em pouco,
era a mais vasta, folhuda e exuberante criatura dos bosques.
Não lhes poderei dizer, ao certo, os dias que durou esse crescimento.
Lembra-me, sim, que, em certa noite, abotoou-se a flor, ou o beijo,
se assim lhe quiserem chamar, um beijo que ela me deu, trêmula,
— coitadinha, — trêmula de medo, porque era ao portão da chácara.
Uniu-nos esse beijo único, — breve como a ocasião, ardente como o amor,
prólogo de uma vida de delícias, de terrores, de remorsos,
de prazeres que rematavam em dor, de aflições que desabrochavam em alegria,
— uma hipocrisia paciente e sistemática, único freio de uma paixão sem freio,
— vida de agitações, de cóleras, de desesperos e de ciúmes,
que uma hora pagava à farta e de sobra; mas outra hora vinha e engolia aquela,
como tudo mais, para deixar à tona as agitações e o resto,
e o resto do resto, que é o fastio e a saciedade:
tal foi o livro daquele prólogo.''



In "Memórias Póstumas de Braz Cubas"

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Lágrimas ocultas - Florbela Espanca

Se me ponho a cismar em outras eras
Em que ri e cantei, em que era querida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
E a minha triste boca dolorida,
Que dantes tinha o rir das primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!

Poetas - Florbela Espanca

Ai as almas dos poetas
Não as entende ninguém;
São almas de violetas
Que são poetas também.
Andam perdidas na vida,
Como as estrelas no ar;
Sentem o vento gemer
Ouvem as rosas chorar!
Só quem embala no peito
Dores amargas e secretas
É que em noites de luar
Pode entender os poetas
E eu que arrasto amarguras
Que nunca arrastou ninguém
Tenho alma pra sentir
A dos poetas também!

Lembranças - Adélia Prado

"Hoje estou melancólica e suspirosa,
choveu muito,
a água invadiu este porão de lembranças,
bóiam na enxurrada a caminho do rio.
Deixo que naveguem,
pois não as perderei.
O rio é dentro de mim."

Já se abre um sol... - O Teatro Mágico

'E quando o nó cegar
Deixa desatar em nós
Solta a prosa presa
A luz acesa
Já se abre um sol em mim maior '

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Fresta - Fernando Pessoa

Em meus momentos escuros
Em que em mim não há ninguém,
E tudo é névoas e muros
Quanto a vida dá ou tem,
Se, um instante, erguendo a fronte
De onde em mim sou aterrado,
Vejo o longíquo horizonte
Cheio de sol posto ou nado
Revivo, existo, conheço,
E, ainda que seja ilusão
O exterior em que me esqueço,
Nada mais quero nem peço.
Entrego-lhe o coração.

Existência - Fernando Pessoa

"Quanto mais eu sinta,
quanto mais eu sinta como várias pessoas,
Quanto mais personalidades eu tiver,
Quanto mais intensamente,
estridentemente as tiver,
Quanto mais simultaneamente sentir com todas elas,
Quanto mais unificadamente diverso,
dispersadamente atento,
Estiver, sentir, viver, for,
Mais possuirei a existência total do universo,
Mais completo serei pelo espaço inteiro fora."

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Duas vezes monogâmico - Carpinejar

Há homens infiéis que são mais monogâmicos do que os fiéis. Antes que alguém me acuse de disparate, explico.
Lembro de Drummond que durante trinta e seis anos teve uma mesma amante, Lygia Fernandes, não interrompendo seu casamento de meio século com Dolores.
Ele entrava na residência de sua namorada em Ipanema como um marido regrado. Sempre de tarde, após o serviço no Ministério da Educação. E voltava de noite para seu apartamento em Copacabana, poucas quadras dali, com igual severidade, aos braços de sua mulher. Sofro com sua hesitação – curta no tempo, longa no espírito - diante das chaves em seu molho no momento de abrir a porta.
Não bastava uma casa, ele ajudava duas. Duplamente monogâmico. Fazia o tipo conservador. Nenhuma das duas mulheres o poderiam trair. Mas não julgava traição estar entre as duas.
Não fugia de um casamento por uma aventura, fugia de um casamento para outro casamento. Deixava uma estabilidade para uma outra estabilidade. Deixava os problemas de um lar para os problemas do outro.
As contas de um pelo outro. As preocupações de um pelo outro. Nossa... Não posso classificá-lo de amante, mas de doido pelo matrimônio, incapaz da infidelidade que deveria ser provisória.
Ele não aspirava ao sexo casual, ao prazer momentâneo, à euforia inconseqüente, buscava o compromisso. Qualquer rua o levaria ao cartório. Ele não se apaixonava de cara, ele amava de cara, sem curso preparatório para noivos.
Não percebia que quando a amante passava a recebê-lo em casa, ele já era da família. A comodidade o embaraçava.
Não o vejo dotado da indiferença, preparado emocionalmente a não atender o telefonema e enterrar as suspeitas. As suspeitas o enterravam.
Suscetível às ameaças, ao charme da carência, à inteligência da culpa. As mulheres transformadas em filhas, em que ele tenta igualar a criação e a distribuição de mimos.
Ao toque de um interurbano secreto, saía correndo. Tinha emergências de um cardiologista (e era enorme o risco de morrer de coração). Ele apegava-se, enraizava-se, moldava-se e não largava mais. Ele nunca escolhia, acumulava.
Conheço homens que são tão apaixonados pelo casamento que mantém duas ou três histórias duradouras. E a duplicidade só será descoberta no velório, quando é perigoso apontar qual é a verdadeira viúva. Todas choram com ímpeto espartano, e acariciam as alças com os caprichos de uma aliança.
Eles não estão procurando encontrar algo que falta no casamento, e sim repetir o que encontraram. O lado bom e o ruim. Não duvido que o lado ruim mais do que o bom. Talvez se sintam tão ameaçados pela desvalia, carentes, que multiplicam suas estradas e criam cadernetas de poupança para evitar uma das falências.
Se um casamento é complicado, pesaroso entender o esforço de sustentar dois ao mesmo tempo. Ele trocará lâmpadas em duas casas, matará baratas em duas casas, pagará duas vezes IPTU, abrirá os potes de pepino em duas casas, trocará a resistência do chuveiro em duas casas?
É muita valentia. Ou burrice.
Reclamar que não há nada na geladeira eternamente e freqüentar o mercado mais vezes do que um caixa. Será que um cachorro o esperava em cada área de serviço com lambidas no rosto?
Como não se confundir no sono, não soltar um nome fora de hora? Não embaraçar o que foi vivido num bairro do que foi vivido noutro? Não denunciar que não conhece um restaurante quando o garçom se aproxima com indisfarçável ironia? Não se tornar paranóico com seus conhecidos, querendo eliminar as suspeitas?
A memória tem que ser prodigiosa, para decorar as datas de aniversários das mulheres. Não me refiro a um dia, que seria fácil, porém o imenso e repetido calendário que envolve os cuidados amorosos. O dia do primeiro encontro, o dia do primeiro beijo, o dia da primeira transa, o dia de morar junto. Eu já fiquei cansado ao simular. Na hipótese dele se esquecer de alguma delas, estar pronto para discutir o relacionamento. Imagina brigar em duas casas? Largar uma discussão para começar a seguinte, com motivos e ciúme parecidos. Passar a vida se explicando, em crise, e se explicando sem ter razão.
Coitados dos homens que não conseguem se separar, e se casam e se casam com os casos para caçar loucamente o amor de qualquer jeito. Qualquer jeito não é amor.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Risco - Sthendal

O amor é uma flor delicada,
mas é preciso ter coragem de ir colhê-la
à beira de um precipício.

Poeta - Cora Coralina

Poeta, não é somente o que escreve.
É aquele que sente a poesia...
Se extasia sensível ao achado de uma rima...
À autenticidade de um verso.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Intensa - Ana Jácomo

Sou dessa leva de gente que tem como sina ver demais.
Sentir demais.
Amar quase do tamanho do amor.
Traço de nascença, uma estranha dádiva que,
durante temporadas,
pra facilitar a própria vida,
egoísmo que seja,
a gente tenta disfarçar de tudo que é maneira que aprende.
Mas não tem jeito, nunca terá,
nascer assim é irremediável,
o que é preciso é desaprender o medo.

domingo, 16 de maio de 2010

Entendimento - Manoel de Barros

"Para entender nós temos dois caminhos:
o da sensibilidade que é o entendimento do corpo;
e o da inteligência que é o entendimento do espírito.
Eu escrevo com o corpo.
Poesia não é para compreender,
mas para incorporar.
Entender é parede;
procure ser árvore."

sábado, 15 de maio de 2010

Aprendizado - Camões

“Não se aprende, Senhor,
na fantasia, sonhando,
imaginando ou estudando,
senão vendo, tratando e pelejando”

Sem receita - Lya Luft

Não há roteiro ou bula, nem há receitas ou teorias que nos ajudem.
Como Joana d'Arc ou Dom Quixote,
guerreiros e patéticos ao mesmo tempo,
brandimos palavras e criamos lemas,
desfraldamos bandeiras e buscamos as nossas glórias.
Dar ao mundo filhos decentes, produtivos,
que por sua vez vão construir vida,
profissão e família
com um grau razoável de neurose e drama,
é uma glória.



in Múltipla Escolha - pág. 92

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Cartas de amor - Rubem Alves

"Cartas de amor são escritas não para dar notícias,
não para contar nada, mas para que mãos
separadas se toquem ao tocarem
a mesma folha de papel."

Onde vamos ? - Osho

Num momento estava lá,
no momento seguinte desapareceu.
Em determinado momento, estamos aqui,
e em outro momento já passamos.
E por este simples momento, quanta confusão
nós armamos, quanta violência, ambição,
luta, conflito, raiva, ódio.
Apenas por um momento tão breve!
Estamos tão-somente aguardando o trem
na sala de espera de uma estação,
e criando tanta confusão!
Brigando, machucando-nos uns aos outros,
tentando possuir, tentando comandar,
tentando dominar -- quanta política!
Então, o trem chega,
e você se foi para sempre.

Realidade - H Rohden

"Podemos converter alguém pelo que somos,
nunca pelo que dizemos."


Ouvir e escutar - Osho

A arte da escuta é algo divino.
Se você puder escutar corretamente,
aprenderá o segredo mais profundo da meditação.
Ouvir é uma coisa, escutar é totalmente diferente;
são mundos separados.
Ouvir é um fenômeno físico;
você ouve porque tem ouvidos.
Escutar é um fenômeno espiritual;
você escuta quando tem atenção,
quando seu interior se une a seus ouvidos.
Escute os sons da natureza e da mesma forma escute as pessoas.
Escute sem impor coisa alguma ao que você está escutando
– não julgue, pois no momento em que você julga, a escuta cessa.
Uma pessoa realmente atenta permanece sem tirar conclusões,
nunca concli sobre coisa alguma,
porque a vida é um processo, não se esgota no seu julgamento.
Somente os tolos podem concluir;
o sábio hesitará ante as conclusões.
Escute, portanto, de uma forma aberta, atenciosa, alerta e receptiva.
Simplesmente esteja presente, totalmente com o som que o circunda.
Você ficará surpreso, pois perceberá que está realmente escutando e,
ainda assim, haverá silêncio.

Esforços - Chaplin

"Se um dia tudo lhe parecer perdido,
lembre-se de que você nasceu sem nada,
e que tudo que conseguiu foi através de esforços
e os esforços nunca se perdem,
somente dignificam as pessoas.”

Coragem - Guimarães Rosa

A vida é assim:
esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem.

Procuração - Paulo Roberto Gaefke

Cobramos do "céu", mudanças na nossa vida,
dizemos que não aguentamos mais a situação.
Choramos e nos lamentamos diante da dor,
mas poucos mudam sequer um vício,
poucos estão dispostos a renúncia,
seja de um palito, seja de um bem maior.
Fazemos o impossível por quem acreditamos,
e que, as vezes nem vale a pena!
Mas por vezes, pulamos o caído da calçada,
indiferentes a dor humana, nem reparamos,
seguimos pensando nos nossos problemas.
Arranjamos tempo para o salão de beleza,
conseguimos horas livres para o futebol,
criamos o "happy hour" para estar com os amigos,
mas desconhecemos o caminho da visita nos hospitais,
muitos parentes desconhecem o nosso paradeiro,
nos asilos pais abandonados, mães sonhadoras,
no banco de sangue a ausência da nossa cota.
"Queremos a parte boa da fruta, o doce, e se bobear jogamos o caroço no chão".
Assim, seguimos nossa marcha de lamentações,
chorando pela doença que nos atingiu"do nada",
do desemprego que nos pegou "desprevenido",
das dívidas que acumulamos sozinhos,
das cobranças das nossas atitudes erradas ou ausentes.
E nos revoltamos contra Deus...
Não é hora de repensar atitudes?
Mudar caminhos, alterar a rota?
Nem sempre voltar significa perder,
e nem sempre perder significa derrota.
Reveja seus passos,
dê um tempo para o seu pensar,
descubra-se, encontre-se, revele-se de verdade.
As vezes, somos apenas cópia de nós mesmos agindo em nosso nome,
derrubando nossos sonhos, deixando de viver...
A vida é sua, não passe procuração para ninguém.
Ser feliz é mais do que meta, é obrigação.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Arte de conversar - Martha Medeiros

"As relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar".
A gente sabe que o que mais se valoriza numa relação, hoje, é o sexo. De 1 a 10, eu diria que a importância do sexo numa relação é 10, realmente. Porque se não houver a liga, a química, vira amizade. Porém, qual a relação que não é composta de amizade?
De 1 a 10, eu diria que a importância da amizade numa relação é 11.
Não estou falando sobre namoros circunstanciais, sem compromisso.
Estou falando de relação pra valer, com intenção de morar sob o mesmo teto, de construir uma vida em comum. Como é que se faz isso com quem não se tem assunto, com quem o papo não progride, com quem não contribui com nenhum pensamento novo, com quem não rebate suas bolas? Quando a gente encontra uma pessoa com quem a conversa flui, parece que deixamos de ser estrangeiros no nosso próprio planeta. Conversa boa é um aconchego, um conforto, é como chegar em casa depois de um dia cansativo.
Eu acabei de ler um livro muito bacana, A elegância do ouriço, da francesa Muriel Barbery, e de certa forma ela faz um "elogio à conversa", porque as duas narradoras do livro, por mais que habitem mundos distintos, se fundem quando trocam idéias, passam à categoria de "irmãs", mesmo uma sendo uma zeladora de 54 anos e a outra uma menininha rica de 12.
É mágico o que a afinidade intelectual e emocional pode fazer por duas pessoas.
E quando isso se dá entre um homem e uma mulher em vias de se apaixonar, aí é o nirvana, o éden, o paraíso na terra.
Sexo bom e conversa boa: a fórmula dos amores indestrutíveis.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Recusa - Caio F Abreu

" Não deixe nada atrasar.
Não durma pra trás existindo.
Faz o que for possível, e sempre é.
Tenho repetido que, no que depender de mim,
me recuso a ser infeliz."

Liberdade - Barão de Mostesquieu

"A liberdade é um bem tão apreciado
que cada qual quer ser dono até da liberdade alheia".


Sensibilidade demais - Martha Medeiros

Na hora de listar as qualidades que a gente quer encontrar nas pessoas com quem iremos nos relacionar vida afora, está lá a indefectível “sensibilidade”.
A gente quer que o patrão seja sensível e não um grosso. A gente quer que nossa amiga seja sensível e não um trator. A gente quer - e como quer! - que nosso namorado seja sensível e não um machista brucutu.
Encontrar sensibilidade nos outros é meio-caminho andado para o entendimento. E sermos, nós mesmos, sensíveis, também é um filtro bem-vindo, é a sensibilidade que permite nossa comoção diante de um quadro, de uma música, de um amor que nos arrebata ou de uma perda irreversível.
Mas admito que sinto uma certa inveja daquelas pessoas que são sensíveis mas não se tornam vítimas da própria emoção. Porque sensibilidade demais esgota a gente.Tem horas em que o filtro não filtra coisa nenhuma: permite que a gente seja atingido profundamente por coisas que mereceriam menos entrega. Cultivamos mágoas por coisas que nos aconteceram 15 anos atrás, remoemos culpas que já foram mais que perdoadas e esquecidas, temos nosso sistema nervoso totalmente abalado porque alguém compreendeu mal nossas palavras, sofremos por questões insolúveis, sofremos, sofremos, e sofrer dá uma senhora consistência à nossa vida, mas como cansa.
Às vezes me farto dos ideais que persigo e que, por serem ideais, nunca se concretizarão plenamente. A vida é defeituosa, imprevisível, nada é exatamente como a gente gostaria que fosse - e sensibilidade é algo que faz a gente aceitar isso e ser feliz do mesmo jeito. Já sensibilidade demais dá nos nervos e fatiga à toa. Uma certa frieza nos faz andar mais rápido, não nos retém.
Como se mede, se pesa, se percebe a sensibilidade suficiente e a sensibilidade excessiva? No quanto ela joga a nosso favor ou contra. Sensibilidade suficiente refina você, lhe dá um foco na vida. Já a sensibilidade excessiva faz de você protagonista de um dramalhão mexicano. Temos escolha? Não se escolhe, é o que se é. Os que são sensíveis na medida aproveitam a vida sem duras cobranças internas. Já a turma dos excessivos pega canetas, câmeras, pincéis, sapatilhas, instrumentos, e transforma o excesso em arte. Ou faz besteiras. Cada um encontra onde colocar sua sensibilidade, uns com leveza, outros com fartão de si mesmos. Os únicos que seguem não entendendo nada são os insensíveis.

Para refletir - Ana Jácomo

"...não quero olhar para trás, lá na frente,
e descobrir quilômetros de terreno baldio
que eu não soube cultivar.
Calhamaços de páginas em branco
à espera de uma história que se parecesse comigo.
Não quero perceber que,
embora desejasse grande,
amei pequeno".

Olhar - Paulo Leminski

Eu quando olho nos olhos,
Sei quando uma pessoa esta por dentro,
ou esta por fora.
Quem esta por fora,
não segura um olhar que demora...

terça-feira, 11 de maio de 2010

Pacto - Fabrício Carpinejar

Mergulho em saideiras intermináveis na mesa de bar e apanho porque sou minoria.
Meu chope tem colarinho de padre. É enlouquecedor convencer alguém que usa sua experiência. É como se a experiência fosse um argumento incontestável. Já reneguei muita lembrança que não me acrescentou em nada. Nem toda experiência ensina, que mania a de se vangloriar do passado apocalíptico e jogar na cara: eu vivi dois casamentos, sei do que falo.
Faz favor, há coisas que vivo que apenas me tiram as palavras. Se alguém tem propriedade no assunto é Thiago de Mello, que casou trinta vezes, mais ninguém. Nem eu.
Amo casamento com todo peso da árvore feminina da família. Torna qualquer detalhe revelador, chance de traficar ternura na necessidade de comprar gás ou arrumar o portão da garagem. Perguntar que horas ela volta é uma preocupação comovente, de quem deseja ficar mais tempo junto. O que são os problemas perto da alegria de poder contá-los para sua mulher?
O amor é simples, tão simples que fingimos sabedoria ao dificultá-lo.
Mas os céticos estão em vantagem. Eu é que sou o conservador. Defender uma relação fechada é hoje impronunciável, uma burrice. Acabo calado por vaias e ‘deixa disso’.
Pareço um moralista, uma carmelita, um torcedor do América de MG.
Não aguento o pessimismo pré-datado. A gente entrega a indisposição nos medos mais óbvios.
"Se você me trair, promete me contar?"
A questão já coloca a infidelidade como certa. Contar ou não confessar passa a ser o dilema.
Não se confia mais na fidelidade, mas somente na franqueza. Vamos adaptando os princípios.
O mesmo é resmungar que o homem não é monogâmico, não adianta tentar. É aceitar que ele não tem escolha, de que se trata de um condicionamento biológico, uma maldição darwiniana.
Nem mais encontro vestidos de noiva em vitrine. Até os manequins estão solteiros. Casamento é posto como cativeiro, como subtração de direitos e multiplicação dos deveres. É uma felicidade passageira, de doente terminal. O matrimônio deveria abandonar o contrato. O contrato existe para terminar, resguardar o final e sair ileso. É proteção desde o princípio.
Ao embarcar, já estamos reagindo às escolhas do naufrágio.
Casamento mudaria com a adoção do pacto. Isso: pacto! Por que unicamente o mal faz pacto? Um pacto do bem. Sei que há pacto com diabo, mas nunca vi pacto da virtude.
É usar o conhecimento siciliano. No pacto da máfia, realmente funciona a sentença:
"até que a morte nos separe". É o único lugar que a frase tem sentido.
É sangue com sangue, mindinho com mindinho. Não se oferece o indicador de propósito, para valorizar as pequenas causas. A aliança tem que ser o próprio dedo. Não há como tirar o dedo no motel.
O pacto são dois num só apelo, diferente do contrato que é cada um por si.
O pacto é palavra, o contrato é letra. A palavra é lembrança, a letra é cobrança.
O pacto é confiança, o contrato é obrigação. No contrato, se pode sair a qualquer hora.
No pacto, a saída é sempre pela honra.

Recado aos amigos distantes - Cecília Meirelles

Meus companheiros amados,
não vos espero nem chamo:
porque vou para outros lados.
Mas é certo que vos amo.
Nem sempre os que estão mais perto fazem melhor companhia.
Mesmo com sol encoberto, todos sabem quando é dia.
Pelo vosso campo imenso, vou cortando meus atalhos.
Por vosso amor é que penso e me dou tantos trabalhos.
Não condeneis, por enquanto, minha rebelde maneira.
Para libertar-me tanto, fico vossa prisioneira.
Por mais que longe pareça, ides na minha lembrança,
ides na minha cabeça,
valeis a minha Esperança.

Amor é enigma - Arthur da Távola

Optar é renunciar. Entregar-se, por exemplo, a um amor é abandonar outros. E, do que se renuncia e abandona, pode provir, depois arrependimento.
Afastar-se de um amor, ainda que, opção feita por lúcidas razões, pode gerar, adiante, a frustração pelo que se deixou de viver.
Os casos de amor vivem rondados por frustração ou arrependimento. Não o amor, que é íntegro, irrefutável, cristalino e indubitável: mas os amantes seus portadores. Quase sempre o tamanho do amor é maior que o dos amantes.
O que cerca as pessoas que se amam é sempre uma teia de limitações que o leva à disjuntiva: frustração ou arrependimento. Ou quem ama se entrega ao sentimento e se atira nos braços do outro para, depois, se arrepender do que abandonou para entregar-se ao amor, ou se afasta, cheio de lucidez, para, adiante, sentir frustração pelo que deixou de viver. Estes estão na categoria assim definida de modo cruel mas lúcido por Goethe: "no amor, ganha quem foge”...
Ou como disse o grande Orizon Carneiro Muniz: "no amor, é mais forte quem cede".
Na juventude tudo isso fica confuso porque esta é uma etapa da vida envolta em uma névoa amorosa que a torna radical na busca da felicidade.
O jovem ainda não se defrontou com as terríveis e dilacerantes divisões internas de que é feita a tarefa de viver e amar, aceitando as próprias limitações, confusões, os caminhos paralelos e contraditórios das escolhas, dentro de um todo que, para se harmonizar, precisa viver as divisões, os sofrimentos e os açoites das mentiras e enganos que conduzem as nossas verdades mais profundas.
Séculos de repressão do corpo e de identificação do prazer com o pecado ou o proibido fizeram uma espécie de cárie na alma.
É um buraco, um vazio, uma impossibilidade viver o que se quer, uma certeza antecipada de que o amor verdadeiro gera ou arrependimento ou frustração.
Viver implica, pois, aceitar essa dolorosa e desafiante tarefa: a de enfrentar o amor como a maior das maravilhas e que se nos apresenta sob a forma de enigma.
Tudo o que se move dentro do amor está carregado de enigmas. E com o enigma dá-se o seguinte: enfrentá-lo não é resolvê-lo. Mas quando não se o enfrenta, ele (enigma) nos devora. Enfrentar o enigma mesmo sem o deslindar, é aquecer e encantar a vida, é aprender a viver;
é amadurecer. Exige trabalho interior penoso, grandeza, equilíbrio e auto-conhecimento.
O contrário não é viver: é durar.

Força - Goethe

"Quando uma criatura humana desperta para um grande sonho
e sobre ele lança toda a força de sua alma,
todo o universo conspira a seu favor."

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Hábitos - Mark Twain

“A gente não se liberta de um hábito atirando-o pela janela:
é preciso fazê-lo descer a escada,
degrau por degrau.”

Palavras - José Saramago

As palavras são boas.
As palavras são más.
As palavras ofendem.
As palavras pedem desculpa.
As palavras queimam.
As palavras acariciam.
As palavras são dadas, trocadas, oferecidas, vendidas e inventadas.
As palavras estão ausentes.
Algumas palavras sugam-nos, não nos largam: são como carraças:
vêm nos livros, nos jornais, nos slogans publicitários, nas legendas dos filmes,
nas cartas e nos cartazes.
As palavras aconselham, sugerem, insinuam, ordenam, impõem, segregam, eliminam.
São melífluas ou azedas. O mundo gira sobre palavras lubrificadas com óleo de paciência.
Os cérebros estão cheios de palavras que vivem em boa paz com as suas contrárias e inimigas. Por isso as pessoas fazem o contrário do que pensam, julgando pensar o que fazem.
Há muitas palavras. E há os discursos, que são palavras encostadas umas às outras,
em equilíbrio instável graças a uma precária sintaxe,
até ao prego final do Disse ou Tenho dito.
Com discursos se comemora, se inaugura, se abrem e fecham sessões,
se lançam cortinas de fumo ou dispõem bambinelas de veludo.
São brindes, orações, palestras e conferências.
Pelos discursos se transmitem louvores, agradecimentos, programas e fantasias.
E depois as palavras dos discursos aparecem deitadas em papéis,
são pintadas de tinta de impressão - e por essa via entram na imortalidade do Verbo.
Ao lado de Sócrates,
o presidente da junta afixa o discurso que abriu a torneira do marco fontanário.
E as palavras escorrem tão fluidas como o «precioso líquido».
Escorrem interminavelmente, alagam o chão, sobem aos joelhos,
chegam à cintura, aos ombros, ao pescoço.
É o dilúvio universal, um coro desafinado que jorra de milhões de bocas.
A terra segue o seu caminho envolta num clamor de loucos, aos gritos, aos uivos,
envolta também num murmúrio manso, represo e conciliador.
Há de tudo no orfeão: tenores e tenorinos, baixos cantantes, sopranos de dó de peito fácil, barítonos enchumaçados, contraltos de voz-surpresa.
Nos intervalos, ouve-se o ponto.
E tudo isto atordoa as estrelas e perturba as comunicações, como as tempestades solares.
Porque as palavras deixaram de comunicar.
Cada palavra é dita para que não se ouça outra palavra.
A palavra, mesmo quando não afirma, afirma-se.
A palavra não responde nem pergunta: amassa.
A palavra é erva fresca e verde que cobre os dentes do pântano.
A palavra é poeira nos olhos e olhos furados.
A palavra não mostra. A palavra disfarça.
Daí que seja urgente mondar as palavras para que a sementeira se mude em seara.
Daí que as palavras sejam instrumento de morte - ou de salvação.
Daí que a palavra só valha o que valer o silêncio do ato.
Há também o silêncio.O silêncio, por definição, é o que não se ouve.
O silêncio escuta, examina, observa, pesa e analisa.
O silêncio é fecundo. O silêncio é a terra negra e fértil, o húmus do ser,
a melodia calada sob a luz solar.
Caem sobre ele as palavras.Todas as palavras.
As palavras boas e as más.
O trigo e o joio.
Mas só o trigo dá pão.


Crônica do livro "Deste Mundo e do Outro"

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Selo do blog "Entre Aspas"



Peguei este selinho da Sil do blog: http://silvinhahba.blogspot.com/
O blog dela é um lindo, há muita intensidade nas imagens e nas palavras, é um charme !

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Consequências - Albert Pike

"O que fazemos para nós mesmos morre conosco;
o que fazemos por outros e para o mundo permanece
e é imortal".

Não se detenha ! - Madre Teresa de Calcutá


terça-feira, 4 de maio de 2010

Liberdade - Luis Fernando Veríssimo

Mas eu desconfio que a única pessoa livre,
realmente livre,
é a que não tem medo do ridículo.



P.S. - Este post estava devendo ao Josué Silva, meu seguidor nr. 100.
Agradeço aos demais seguidores pelo carinho e respeito que tem me dedicado !

Lanterna de papel - Cecília Meirelles

Trago esta imagem para te dar:
és, sob um fio tênue, lanterna de papel que o vento balança.
A noite vem repentinamente escurecer as coisas. De dia o sol descobre tuas cores aparentes. Tem cuidado, para que, à noite, seja a tua presença reconhecida pela luz que conténs.
Bem vês que tudo isto é frágil. Que é um fio tênue, na mão do vento vertiginoso?
Que é uma prega de papel que depende de um fio?
Que é uma chama que oscila presa em paredes de papel?
Deixo esta imagem entre os meus olhos e o horizonte.
Bem vejo que o fogo, por transparência, converte-se em luz mais suave.
Meu coração, porém, todos os dias te exortará: "Incendeia-te!"
Despreza a ilusão colorida que te limita.
Quanto mais se alastrar pelo teu contorno a inquietação dos ornamentos,
mais a tua riqueza exterior abafará esse alento luminoso que é a única esperança da escuridão.
Incendeia-te! Ainda que dures menos, serás mais inesquecível.
Entre todas as coisas provisórias serás a única deslumbradora.
E os que assistirem à tua passagem poderão dizer:
"Nós vimos o seu destino: foi, como o fogo, livre e intocável. Ninguém lhe fixou imobilidades.
O vento conduzia-a, mas não a apagava. Com ela os dias ficavam mais acesos.
E as noite até hoje são menos escuras, pelo vestígio que ficou da sua aparição."


domingo, 2 de maio de 2010

Passado - Khaled Hosseini

"Descobri que não é verdade o que dizem a respeito do passado,
essa história de que podemos enterrá-lo.
Porque, de um jeito ou de outro,
ele sempre consegue escapar."

in O Caçador de Pipas