quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Amor bonito - Arthur da Távola


Talvez seja tão simples, tolo e natural que você nunca tenha parado para pensar:
aprenda a fazer bonito o seu amor.
Ou fazer o seu amor ser ou ficar bonito. Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito.
Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender.
Tenho visto muito amor por aí, Amores mesmo, bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, doação e dádiva,mas esbarram na dificuldade de se tornar bonito. Apenas isso: bonitos,belos ou embelezados, tratados com carinho, cuidado e atenção.
Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras.
Aí esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais de repente se percebeu ameaçados apenas e tão somente porque não sabem ser bonitos: cobram; exigem; rotinizam; descuidam; reclamam; deixam de compreender;necessitam mais do que oferecem; precisam mais do que atendem; enchem-se de razões. Sim, de razões.
Ter razão é o maior perigo no amor.
Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reivindicar, de exigir justiça, equidade, equiparação, sem atinar que o que está sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão. Nem queira.
Ter razão é um perigo: em geral enfeia o amor, pois é invocado com justiça mas na hora errada. Amar bonito é saber a hora de ter razão.
Ponha a mão na consciência. Você tem certeza que está fazendo o seu amor bonito?
De que está tirando do gesto, da ação, da reação, do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro, a maior beleza possível? Talvez não.
Cheio ou cheia de razões, você espera do amor apenas aquilo que é exigido por suas partes necessitadas, quando talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer.
Quem espera mais do que isso sofre, e sofrendo deixa de amar bonito.
Sofrendo, deixa de ser alegre, igual criança. E sem soltar a criança, nenhum amor é bonito.
Não tema o romantismo. Derrube as cercas da opinião alheia.
Faça coroas de margaridas e enfeite a cabeça de quem você ama.
Saia cantando e olhe alegre.
Recomendam-se: encabulamentos; ser pego em flagrante gostando; não se cansar de olhar,
e olhar; não atrapalhar a convivência com teorizações; adiar sempre, se possível com beijos, “aquela conversa importante que precisamos ter”,
arquivar se possível, as reclamações pela pouca atenção recebida.
Para quem ama toda atenção é sempre pouca.
Quem ama feio não sabe que pouca atenção pode ser toda atenção possível.
Quem ama bonito não gasta o tempo dessa atenção cobrando a que deixou de ter.
Não teorize sobre o amor (deixe isso para nós, pobres escritores que vemos a vida como criança de nariz encostado na vitrine, cheia de brinquedos dos nossos sonhos) :
Não teorize sobre o amor, ame. Siga o destino dos sentimentos aqui e agora.
Não tenha medo exatamente de tudo o que você teme, como:
a sinceridade; não dar certo; depois vir a sofrer (sofrerá de qualquer jeito);
abrir o coração; contar a verdade do tamanho do amor que sente.
Jogue pro alto todas as jogadas, estratagemas, golpes, espertezas, atitudes sabidamente eficazes (não é sábio ser sabido):
seja apenas você no auge de sua emoção e carência, exatamente aquele você que a vida impede de ser. Seja você cantando desafinado, mas todas as manhãs.
Falando besteiras, mas criando sempre.
Gaguejando flores.
Sentindo o coração bater como no tempo do Natal infantil.
Revivendo os carinhos que instruiu em criança.
Sem medo de dizer, eu quero, eu gosto, eu estou com vontade.
Talvez aí você consiga fazer o seu amor bonito, ou fazer bonito o seu amor,
ou bonitar fazendo seu amor, ou amar fazendo o seu amor bonito
(a ordem das frases não altera o produto),
sempre que ele seja a mais verdadeira expressão de tudo o que você é e nunca, deixaram, conseguiu, soube, pôde, foi possível, ser.
Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto.
Não se preocupe mais com ele e suas definições.
Cuide agora da forma. Cuide da voz.
Cuide da fala. Cuide do cuidado.
Cuide do carinho.
Cuide de você.
Ame-se o suficiente para ser capaz de gostar do amor
e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Especial - Adélia Nenevê


"As pessoas não mudam umas pelas outras; isso não. O que mudam são os valores e os objetivos de vida quando encontramos alguém que nos encanta, alguém que nos faz sentir-se a pessoa mais importante e amada do mundo. E isso prova que as pessoas nunca são as mesmas, cada um recebe o tratamento, o carinho e o amor que sem perceber dá ao outro, por isso essa pessoa é para você ESPECIAL."

sábado, 10 de dezembro de 2011

Valor do amor - A G Roemmers


"Cem manuais sobre o amor não valem um único beijo,
nem cem discursos sobre o amor,
um único gesto amoroso."

In "O retorno do Jovem Príncipe" - Pág. 52

Oração ao sol de amanhã - Elisa Lucinda


Preciso sonhar um sonho novo,
Preciso saber perder um velho sonho,
Preciso gerar um novo sonho
E crer nas sempre novas possibilidades
Que o que há de vir me oferece.
Preciso encontrar o que mereço em outro endereço,
E que seja logo, que seja breve.
Preciso daquela esperança de um dia após o outro
Que a travessia do tempo me concede.
Ó futuro, não me deserde!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Para refletir - Lya Luft


Há gente que, em vez de destruir, constrói;
em lugar de invejar, presenteia;
em vez de envenenar, embeleza;
em lugar de dilacerar, reúne e agrega.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Importância das coisas - Jostein Gaarder


Talvez a nossa própria vida influencie o modo como percebemos as coisas num recinto.
Se uma coisa não me é importante,
é provável que eu nem a perceba.

In "O mundo de Sofia"

Paixões - René Descartes

As paixões são todas boas por natureza
e nós apenas temos de evitar o seu mau uso
e os seus excessos.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Sentimentos - Gabriel G Márquez

"É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão.
O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração,
pois a vida está nos olhos de quem saber ver."

Dor - Shakespeare


Todo mundo é capaz de dominar uma dor,
exceto quem a sente.