eu faço parte do teu gado:
esse que confinas em sonho e paixão
e às vezes em terrível liberdade.
Sou, como todos, marcada neste flanco
pelo susto da beleza, pelo terror da perda
e pela funda chaga dessa arte
em que pretendo segurar o mundo.
No fundo,
Deus,
eu faço parte da manada
que corre para o impossível,
vasto povo desencontrado a quem tanges,
ignoras ou contornas com teu olhar absorto.
Deus,
eu faço parte do teu gado estranhamente humano,
marcado para correr, amar, morrer
querendo colo, explicação, perdão
e permanência.
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