sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Anotações sem papel - Carpinejar

A barba avança independente do que deixe para trás.
Eu tive várias vidas mas não terminei nenhuma delas.
O que sei serve apenas para me duvidar.
Temos pouco tempo para nos entender, não entendo como sobra tempo para nos explicar. Deveríamos dar ao amor a mesma religião do ódio. Quem odeia vai toda hora visitar um nome.
A primeira infância não é a primeira morte. Há datas que Deus nos paga a conta.
Deus não chega com a dor, Deus é quando falta ar para rir.
Escolher é desafiar a si mesmo a excluir justamente o que gostaríamos de dizer.
Escrevo como quem mexe na horta. As unhas não lavam as mãos.
A neblina é um rio que anda de barco. O mar sempre devolve o que não conseguiu engolir.
A terra tem mais estômago.
Sinto pena das árvores que são encontradas dias depois de sua morte.
Elas cheiram os frutos que não germinaram. Não isolo o que vivi do que imaginei ter vivido.
A poesia é a desistência de explicar. Eu dormi mais do que as palavras sonharam.
A chuva vem para lermos a casa.
Intimidade é conversar na mesa de café e apoiar o cotovelo em farelos de pão.

Um comentário:

Sonia Schmorantz disse...

Natal...
É o mês de confraternização
Agradecimento pela vida
Bênçãos ao filho de DEUS
União, amor, reflexão!

Que o bom velhinho traga um saco cheinho de paz,
harmonia, fraternidade
Que o gesto de ternura se estenda de várias mãos
Que ao som dos sinos
O amor exploda em toda direção!

FELIZ NATAL!
UM ANO NOVO DE FÉ E SUCESSO!