"O medo de perder o que se ama
faz com que avaliemos melhor muitas coisas.
Assim como a doença nos leva a apreciar
o que antes achávamos banal e desimportante.
Diante de uma dor pessoal compreendemos o valor de afetos e interesses
que até então pareciam apenas naturais:
Nós os merecíamos só isso.
Eram parte de Nós.
O amor nos tira o sono,
Nos tira do sério
tira o tapete debaixo dos nossos pés,
faz com que nos defrontemos com medos e fraquezas
aparentemente superados,
Mas também com insuspeita da audácia e generosidade.
E como habitualmente tem um fim
-que é dor- complica a vida.
Por outro lado,
é um maravilhoso ladrão da nossa arrogância.
Quem nos quiser amar agora
terá de vir com calma,
terá de vir com jeito.
Somos um território mais difícil de invadir,
porque levantamos muros,
inseguros de nossas forças
disfarçamos a fragilidade com altas torres e ares imponentes.
A maturidade me permite
olhar com menos ilusões,
aceitar com menos sofrimento,
entender com mais tranquilidade.
Querer com mais doçura."
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