sábado, 27 de fevereiro de 2010

Esquecer - Elvis Lozeiko


Não estamos aqui, não
Fomos viajar para a vida
Comer pão com morte
Fomos alimentar o ódio
Mas amar todo mundo
Esquecer que dói esquecer

Você pode perguntar, sim
Claro que pode
Mas não estamos aqui, não
Dependemos do equilíbrio
Para desfragmentar o imbróglio
E sentir saudades também

Esse é o exagero documentado
Onde – pelas vias alternativas
Consegue-se destruir cenas
Onde pequenas virgens
Estupradas e cheias de calor
Esperam conseguir dois beijos
E pouquíssimos abraços

Frio, não há frio no inverno
Não há inferno no céu
Talvez apenas santos tardios
Talvez apenas demônios quietos

Confusão e caos, língua e comida
Chega mais, nunca mais vem
Eis o espetáculo de outrora
Calejante e incisivo purgatório
O confessionário às avessas

Não lembraria das moscas
Se não fosse teu hálito
Poderia aceitar as pazes
Mas esse erro foi demais

Um comentário:

Ripipânqui/Textemunho disse...

Oi, Adélia. Que honra ser incluído em seus Respingos. Obrigado. Abraço!