quarta-feira, 9 de junho de 2010

Sempre resta alguma coisa - Gustav Flaubert

Pois bem,
suavemente,
um dia empurrando o outro,
uma primavera após um inverno
e um outono depois de um verão,
tudo deslizou pouco a pouco,
pedacinho por pedacinho;
foi embora, partiu,
desceu, quero dizer,
pois sempre resta alguma coisa no fundo,
assim como…
um peso, aqui no peito!“

in Madame Bovary

Um comentário:

Renata Magalhães disse...

Que lindo! Poucos versos, mas exprimem um movimento leve, suave, que chega de mansinho, mas que ao mesmo tempo invade com delicadeza e sem pedir licença. Beijo.