quinta-feira, 30 de junho de 2011

Sou desse tipo - Mara Regina Weiss

Sou desse tipo de pessoas muito intensas,
que levam o mundo nas costas, se preciso,
cheias de fé, paixões, e um certo siso
prá se deterem a si próprias, de tão densas.
Sou desse tipo de pessoas bem propensas
a acreditar que tudo dura eternamente
porém, com certo cuidado e astutamente,
deixo bem livre o que eu quero prender,
e assim, com a porta da vida bem aberta,
cada volta sempre é uma descoberta
- o que foi meu sempre vai me pertencer!

Além de mim - Mara Regina Weiss


Além de mim existe uma outra
e ela sangra quando eu já não consigo,
e ela luta quando eu já nem mais brigo,
me adverte e salva do perigo.
Além de mim existe a outra
que sente tudo de maneira densa,
que vive tudo mas nem tão intensa,
coração age se o meu ainda pensa.
Além de mim existe uma outra
que às vezes eu nem penso em acolher,
mas que aparece sempre quando quer:
Além de mim existe outra mulher!
que está sempre comigo e lá no fundo
faz-me aceitar esse mergulhar profundo
e vai além do que me espera neste mundo!

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Testamento - Mara Regina Weiss


Não tenho nada a deixar,
além do que já “me dei”
além do meu verso torto,
e da minha rima pobre,
penso, não há o que sobre.

Por isso, sem testamento:
não deixo nada a ninguém;
nem parente, nem amigo,
nem mesmo os mais belos momentos
pois estes, os levo comigo.

Não há o que procurar
nas gavetas, nos armários,
além de um escapulário
e uma imagem de Santa Rita.
Mas tem sim, coisas bonitas,
que eu deixarei, bem no fundo:
o amor que eu sempre dei,
a fé que animou minha vida,
e o filho que pus no mundo!

Poema publicado em 2007, Mara faleceu 27/06/2011 e foi sepultada hoje.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Liberdade - Paulo Coelho

Hoje estou convencida de que ninguém perde ninguém,
porque ninguém possui ninguém.
Essa é a verdadeira experiência da liberdade:
ter a coisa mais importante do mundo,
sem possuí-la.

in “Onze minutos”

Voar ou ficar - Tati Bernardi

É mais corajoso quem não tem medo de voar pelo mundo
ou quem aguenta ficar dentro de si?(...)"

Lembranças - Mário Lago

O tempo não comprou passagem de volta.
Tenho lembranças, não saudade.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Para refletir - Sartre


“Ninguém deve cometer a mesma tolice duas vezes.
A possibilidade de escolha é muito grande.”

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Futuro - Ivan Lins

“Pega meu futuro, jura que não vai perder”

Desaprisione-se - Marcos Donel

“As vezes temos de ‘passar por cima’ de nossa raiva,
nosso ciúme ou nosso sentimento de rejeição e seguir adiante.
Somos tentados a ficar presos às nossas emoções negativas e amargas
como se lá fosse nosso lugar”.

domingo, 19 de junho de 2011

Respeito - José Saramago


"O amor não resolve nada.
O amor é uma coisa pessoal, e alimenta-se do respeito mútuo.
Mas isto não transcende o colectivo.
Levamos já dois mil anos dizendo-nos isso de amar-nos uns aos outros.
E serviu de alguma coisa?
Poderíamos mudá-lo por respeitar-nos uns aos outros,
para ver se assim tem mais eficácia.
Porque o amor não é suficiente."


Fugindo... - Tati Bernardi

"A fidelidade não é uma escolha e nem um sacrifício, ela é uma verdade.
(...) A gente não se fala mais, eu nem sei mais por onde você anda
(...) Eu tenho um milhão de motivos pra fugir de pensar em você,
mas em todos esses lugares você vai comigo.

Intimidade - Manoel de Barros

"A gente só descobre isso depois de grande(…).
Que o tamanho das coisas há que ser medido
pela intimidade que temos com as coisas.
Há de ser como acontece com o amor”.

in 'Memórias Inventadas'

Mudança - Freud


Quando a dor de não estar vivendo
for maior que o medo da mudança, a pessoa muda.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Força - Cora Coralina

Desistir?
Eu já pensei seriamente nisso, mas nunca me levei realmente a sério.
É que tem mais chão nos meus olhos do que cansaço nas minhas pernas,
mais esperança nos meus passos do que tristeza nos meus ombros,
mas estrada no meu coração do que medo na minha cabeça.

Presença - Caio F Abreu

"Seja como for, continuo gostando muito de você - da mesma forma -,
você está quase sempre perto de mim,
quase sempre presente em memórias, lembranças,
estórias que conto às vezes, saudade..."

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Um amor - Elisa Lucinda

"Sempre quis um amor
que vivesse a felicidade
sem reclamar dela ou disso.
Sempre quis um amor não omisso
e que sua estórias me contasse.
Ah, eu sempre quis um amor que amasse."

Estradas - Caio F Abreu

Tudo é ilusão, tudo é só estrada que corre e corre,
e todas as estradas vão para o mesmo lugar.
Que as paisagens dessa estrada sejam belas, então.

Se é e pronto - Tati Bernardi

E no meu ouvido, o tempo todo soprando.
Esqueça isso, você não cabe, você não combina,
a estrada não é feita pra você, você só pesa nela, só atrapalha, só é feio e odiado.
É isso, não se desvira caminhão. Se é e pronto.
Solitário demais, terrível demais.
Mas pro outro lado, está vazio. Tem espaço pra você.
A dor de virar um carro família, um carro esporte, um carro compacto.
Não aguento mais, não aguento mais querer me refilar,
não aguento mais querer mudar a química do meu cérebro,
não aguento mais pedir perdão. Não, caminhão.
Não é feito pra você. Dê meia volta, por favor, sem atropelar,
sem matar, sem cair, sem levar ninguém.
Na tristeza dura de quem tem tanto tamanho mas não tem força pra suportar.
De quem tem tanto tamanho e não consegue por medo em ninguém.
De quem precisa tanto de abraço mas é grande demais pra sentir os braços em volta.
De quem poderia estraçalhar os carros família
mas só sente o peso insuportável de ser minúsculo perto deles.
E eu sei, e eu tentei mais do que nunca, e eu quis mais do que nunca.
E eu achei que os caminhões também pudessem ter donos e direções e medalinhas.
Eu mesma me usei pra levar minha mudança e voltar vazia das MINHAS coisas
é a coisa mais triste que já aconteceu na minha vida.

Tortura - Florbela Espanca

Tirar dentro do peito a Emoção,
A lúcida Verdade, o Sentimento!
— E ser, depois de vir do coração,
Um punhado de cinza esparso ao vento!...

Sonhar um verso de alto pensamento,
E puro como um ritmo de oração!
— E ser, depois de vir do coração,
O pó, o nada, o sonho dum momento!...

São assim ocos, rudes, os meus versos:
Rimas perdidas, vendavais dispersos,
Com que eu iludo os outros, com que minto!

Quem me dera encontrar o verso puro,
O verso altivo e forte, estranho e duro,
Que dissesse, a chorar, isto que sinto!!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Vendo - Silvia Plath

Estúpida pupila,
tudo tem de deixar entrar.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Amor e paixão - Carpinejar


"O amor tem uma consciência louca do futuro, de fazer passado com o futuro.

A paixão vive fora do tempo.

O amor vive no tempo porque deixa rastros.

Paixão se esquece, e amor nem enterrando acaba."

Para Refletir - Dalai Lama

“Algumas pessoas têm amor por você, outras têm raiva.
O que sentem nem sempre depende de seu comportamento.
As reações delas às vezes são justas, outras vezes são injustas.
Dê sem contabilizar.
E esteja atento às necessidades delas”.

domingo, 5 de junho de 2011

Tu és ... - Pablo Nerruda


Aos meus braços colada qual uma trepadeira,
as folhas recolhiam tua voz úmida e em calma.
Oh fogueira de pasmo em que ardeu minha sede.
Doce jacinto azul torcido na minha alma.

Sinto o viajar dos olhos teus e é longe o outono:
boina gris, voz de pássaro e coração de casa,
para onde emigravam meus profundos anseios
e caíam meus beijos alegres como brasas.

Céu, visto de um navio. Campo, visto do monte.
Tua lembrança é de luz, de fumo e lago em calma!
No fundo de teus olhos ardiam os crepúsculos.
Folhas secas de outono giravam na tua alma.


Pablo Neruda, in “20 poemas de amor e uma canção desesperada”

Lembranças - Charles Dickens

"Foi o melhor dos tempos,
foi o pior dos tempos,
foi a idade da sabedoria,
foi a idade da imbecilidade,
foi a época de acreditar,
foi a época da descrença,
foi a época da Luz,
foi a época da Escuridão."

in " A História de Duas Cidades"

sábado, 4 de junho de 2011

Fábula - Cecília Meirelles

Logo que pode, a azaléia abriu-se.
Ai! tinha um pingo de chuva dentro.

Noites, noites, noites formaram-na.
E meus olhos, esperando.

Será por um breve dia, seu límpido rosto.
Mas já os meus olhos irão dentro dela.

Vejo-os na gota de orvalho.
Vejo-os fechados na seda murcha.

Vejo-o caídos na manhã seguinte.
Fiéis à sua esperança.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Pedrinhas - Masaharu Taniguchi

“Reter na mente coisas desagradáveis é como andar
com pedrinhas dentro do sapato:
enquanto você estiver caminhando pela estrada da vida,
elas o machucarão e o atormentarão.
Por que não jogar fora essas pedrinhas,
que estão no sapato da sua mente?”