que as ofensas não possam alcançar”.
UMA COLETÂNEA DE PENSAMENTOS É UMA FARMÁCIA MORAL ONDE SE ENCONTRAM REMÉDIOS PARA TODOS OS MALES - Voltaire
quinta-feira, 31 de março de 2011
quarta-feira, 30 de março de 2011
Crime e castigo - Dostoiévski
em virtude de sua covardia...
Já virou até axioma.
Coisa curiosa a observar-se: que é que os homens temem acima de tudo?
- O que for capaz de mudar-lhes os hábitos: eis o que mais apavora...
Porém falo demasiado e, por isso, não faço nada.
Ou, talvez, devesse dizer que não faço nada porque falo muito.
Este mês, peguei a mania de monologar,
escondido durante dias inteiros, no meu canto,
imaginando... tolices."
terça-feira, 29 de março de 2011
Certifique-se - Luis Fernando Veríssimo
mas certifique-se de estar entregando seu coração
para alguém que dê valor aos mesmos sentimentos que você dá,
manifeste suas idéias e planos, para saber se vocês combinam,
e certifique-se de que quando estão juntos
aquele abraço vale mais que qualquer palavra...
segunda-feira, 28 de março de 2011
Sobre os valores - Gibran K Gibran
Aqueles cofres espaçosos que a atividade do pai
e a poupança da mãe enchem de ouro
viram prisões estreitas e escuras que encerram a alma dos herdeiros.
E esse deus poderoso que os homens adoram sob o nome de cifrão
torna-se um demônio terrível que atormenta as almas e mata os corações.
in "Asas Partidas" pág. 62
Quando o amor vira um nada - Fernanda Young
Que levam os amantes para um só lugar,
o umbral dos corações, o nada.
Toda pessoa que amou sabe o que é isso e suspira profundamente,
tentando expelir este vazio da boca.
Mas, já tem a alma como uma blusa de seda furada com um broche.
Não há nada o que se fazer a respeito.
Nada.
Pois o vazio está tão presente quanto o oxigênio que os pulmões bombeiam.
É o estado terminal alcançado pela desvalorização de um grande amor.
Quando está morto feito um boneco suspenso por fios de náilon.
E é deixado assim, como cadáver à mostra, para que todos vejam.
Permitindo e aguardando o final mais triste,
quando a carniça tomba depois de ser mordida por centenas de urubus.
A metáfora poderá parecer por demais exagerada, mas que seja.
É essa correta descrição de um amor carregado pela comodidade.
E, para ratificar a feiúra deste costume tão humano,
pode-se comparar o fim do amor como uma feira,
que começa cheia de flores e frutas perfumadas
e termina com lama e restos.
in "Vergonha dos pés"
domingo, 27 de março de 2011
sábado, 26 de março de 2011
Da esperança e seus prejuízos - Danielle Pykocz
sexta-feira, 25 de março de 2011
Desassossego - Fernando Pessoa
não sei o que quero sentir,
não sei o que penso nem o que sou.
Verifico que,
tantas vezes alegre,
tantas vezes contente,
estou sempre triste.
Não vejo, sem pensar.
Não há sossego
- e, ai de mim!,
nem sequer há desejo de o ter."
" do livro do Desassossego"
Oportunidade - Dalai Lama
Atenção constante - Lao-Tsé
quinta-feira, 24 de março de 2011
quarta-feira, 23 de março de 2011
Isolamento - Caio F Abreu
Esta coisa terrível de estar nesta ilha desde não sei quando.
No começo eu esperava, que viesse alguém, um dia.
Um avião, um navio, uma nave espacial.
Não veio nada, não veio ninguém.
Só este céu limpo, às vezes escuro, às vezes claro,
mas sempre limpo, uma limpeza que continua
além de qualquer coisa que esteja nele.
Talvez tudo já tenha terminado
e não exista ninguém mais para lá do mar
mais longe que eu vejo.'
Lendo - Caio F Abreu
terça-feira, 22 de março de 2011
Para refletir - Saramago
segunda-feira, 21 de março de 2011
Nunca mais - Sartre
É preciso ter uma energia, uma generosidade, uma cegueira.
Há até um momento, bem no início,
em que é preciso saltar por cima de um precipício:
Se refletirmos, não o fazemos.
Sei que nunca mais saltarei...
domingo, 20 de março de 2011
A vida e as respostas - Saramago
por serem já sabidas as respostas,
ou por serem estas de tão pouca importância,
que descobri-las não valeria a vida de uma flor.
Espaço curvo e finito - Saramago
Ou de ser num estar que me transcende,
Numa rede de presenças e ausências,
Numa fuga para o ponto de partida:
Um perto que é tão longe, um longe aqui.
Uma ânsia de estar e de temer
A semente que de ser se surpreende,
As pedras que repetem as cadências
Da onda sempre nova e repetida
Que neste espaço curvo vem de ti.
Águas de março - Tom Jobim
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
É peroba do campo, é o nó da madeira
Caingá, candeia, é o MatitaPereira
É madeira de vento, tombo da ribanceira
É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento ventando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira
É uma ave no céu, é uma ave no chão
É um regato, é uma fonte, é um pedaço de pão
É o fundo do poço, é o fim do caminho
No rosto o desgosto, é um pouco sozinho
É um estrepe, é um prego, é uma ponta, é um ponto
É um pingo pingando, é uma conta, é um conto
É um peixe, é um gesto, é uma prata brilhando
É a luz da manhã, é o tijolo chegando
É a lenha, é o dia, é o fim da picada
É a garrafa de cana, o estilhaço na estrada
É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É uma cobra, é um pau, é João, é José
É um espinho na mão, é um corte no pé
São as águas de março fechando o verão,
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um belo horizonte, é uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
pau, pedra, fim, caminho
resto, toco, pouco, sozinho
caco, vidro, vida, sol, noite, morte, laço, anzol
É a promessa de vida no teu coração.
sábado, 19 de março de 2011
Intensa - Martha Medeiros
A Alma - Rubem Alves
Enganam-se aqueles que pensam que erótico é o corpo.
O corpo só é erótico pelos mundos que andam nele.
A erótica não caminha segundo as direções da carne.
Ela vive nos interstícios das palavras.
Não existe amor que resista a um corpo vazio de fantasias.
Um corpo vazio de fantasias é um instrumento mudo,
do qual não sai melodia alguma.
Por isso, Nietzsche disse que só existe
uma pergunta a ser feita quando se pretende casar:
"continuarei a ter prazer em conversar com esta pessoa daqui a 30 anos?"
sexta-feira, 18 de março de 2011
Vingança - Guimarães Rosa
quarta-feira, 16 de março de 2011
Saudade - Caio F Abreu
Uma vontade de chegar perto,
de só chegar perto,
te olhar sem dizer nada,
talvez recitar livros,
quem sabe só olhar estrelas...
dizer que te considero
- pode ser por mais um mês,
por mais um ano,
ou quem sabe por uma vida
- e que hoje, só por hoje ou a partir de hoje
(de ontem, de sempre e de nunca),
é sincero."
Amor amigo - Lya Luft
E amigos fazem parte de meus alicerces emocionais:
são um dos ganhos que a passagem do tempo me concedeu.
Falo daquela pessoa para quem posso telefonar não importa onde ela esteja,
nem a hora do dia ou da madrugada, e dizer:
'Estou mal, preciso de você'.
E ele ou ela estará comigo, pegando um carro, um avião,
correndo alguns quarteirões a pé,
ou simplesmente ficando ao telefone o tempo necessário para que eu me recupere,
me reencontre, me reaprume, não me mate, seja lá o que for."
Pensar ou não - Caio F Abreu
Um que foge, outro que aceita.
O que aceita diz: não.
Eu não quero pensar no que virá: quero pensar no que é.
Agora. No que está sendo.
Pensar no que ainda não veio é fugir,
buscar apoio em coisas externas a mim,
de cuja consistência não posso duvidar porque não a conheço.
Pensar no que está sendo, ou antes, não, não pensar,
mas enfrentar e penetrar no que está sendo é coragem.
Pensar é ainda fuga:
aprender subjetivamente a realidade de maneira a não assustar.
Entrar nela significa viver.”
terça-feira, 15 de março de 2011
Deixe o coração falar - Ana Jácomo
segunda-feira, 14 de março de 2011
Amo-te - Álvares de Azevedo
Tu és meu copo e amoroso leito
Travesseiro não há como teu peito...
Mudanças - Tolstoi
domingo, 13 de março de 2011
Para refletir - Tereza Guerra
sexta-feira, 11 de março de 2011
Uma vida sem sustos - Martha Medeiros
Não estou dizendo uma vida sem decepções,
frustrações ou êxtases: sem sustos apenas.
Quero aceitar a potência dos meus sentimentos
e não ficar embaraçada diante de reações incomuns.
Poder receber uma ventania de pé,
mesmo que ela me desloque de onde eu estava.
De pé, mesmo com medo.
Liberdade - Osho
Querer mais - Guimarães Rosa
quarta-feira, 9 de março de 2011
Ser transparente - Rosana Braga
não enganar os outros.
Mas ser transparente é muito mais do que isso.
É ter coragem de se expor, de ser frágil, de chorar,
de falar do que a gente sente...
Ser transparente é desnudar a alma,
é deixar cair as máscaras, baixar as armas,
destruir os imensos e grossos muros que nos empenhamos tanto para levantar...
Ser transparente é permitir que toda a nossa doçura aflore,
desabroche, transborde!
Mas infelizmente, quase sempre,
a maioria de nós decide não correr esse risco.
Preferimos a dureza da razão à leveza
que exporia toda a fragilidade humana.
Preferimos o nó na garganta às lágrimas
que brotam do mais profundo de nosso ser...
Preferimos nos perder numa busca insana por respostas imediatas
à simplesmente nos entregar e admitir que não sabemos, que temos medo!
Por mais doloroso que seja ter de construir uma máscara
que nos distancia cada vez mais de quem realmente somos, preferimos assim:
manter uma imagem que nos dê a sensação de proteção...
E assim, vamos nos afogando mais e mais em falsas palavras,
em falsas atitudes, em falsos sentimentos.
Não porque sejamos pessoas mentirosas,
mas apenas porque nos perdemos de nós mesmos
e já não sabemos onde está nossa brandura,
nosso amor mais intenso e não-contaminado.
Com o passar dos anos, um vazio frio e escuro nos faz perceber
que já não sabemos dar e nem pedir o que de mais precioso temos a compartilhar,
doçura, compaixão... a compreensão de que todos nós sofremos,
nos sentimos sós, imensamente tristes e choramos baixinho antes de dormir,
num silêncio que nos remete a uma saudade desesperada de nós mesmos...
daquilo que pulsa e grita dentro de nós,
mas que não temos coragem de mostrar àqueles que mais amamos!
Porque, infelizmente, aprendemos que é melhor revidar, descontar,
agredir, acusar, criticar e julgar do que simplesmente dizer:
"você está me machucando... pode parar, por favor?".
Porque aprendemos que dizer isso é ser fraco,
é ser bobo, é ser menos do que o outro.
Quando, na verdade, se agíssemos com o coração,
poderíamos evitar tanta dor, tanta dor...
Sugiro que deixemos explodir toda a nossa doçura!
Que consigamos não prender o choro,
não conter a gargalhada, não esconder tanto o nosso medo,
não desejar parecer tão invencível.
Que consigamos não tentar controlar tanto,
responder tanto, competir tanto,
que consigamos docemente viver, sentir, amar...
E que você seja não só razão, mas também coração,
não só um escudo, mas também sentimento.
Seja transparente,
apesar de todo o risco que isso possa significar.
Silêncio - Elizabeth Gilbert
e existem bom motivos para isso.
Aprender a disciplinar sua fala é uma forma de evitar
que suas energias se esvaziam de você pelo buraco de sua boca,
exaurindo você e enchendo o mundo de palavras, palavras, palavras,
em vez de serenidade, paz e contentamento."
in "Comer, Rezar, Amar" pág 198
Contradições - Eduardo Galeano
e das dúvidas as certezas.
Os sonhos anunciam outra realidade possivel,
e os delirios, outra razão.
Somos, enfim, o que fazemos para transformar o que somos.
A identidade não é uma peça de museu, quietinha na vitrine,
mas a sempre assombrosa síntese das contradições nossas de cada dia.
Nesta fé, fugitiva, eu creio.
Para mim, é a única fé digna de confiança,
porque é parecida com o bicho humano, fodido mais sagrado,
e à louca aventura de viver no mundo. "
A arte de ignorar - William James
do que estar numa sociedade e passar totalmente despercebido por todos os seus membros.
Se ninguém se volta quando entramos, responde quando falamos
ou se importa com o que fizemos e cada um que encontramos ‘vira as costas’
e age como se não existíssemos,
uma espécie de raiva e desespero impotente muito em breve brotará em nós
e a tortura física mais cruel seria um alívio se comparada com isso. ❞
in "Os princípios da psicologia"
terça-feira, 8 de março de 2011
A mulher - Madame de Stael
segunda-feira, 7 de março de 2011
Somos fruto da vida - Paulo R Gaefke
pelo que acreditamos que era nosso,
e na verdade, nunca foi.
Sofremos, pela incerteza do amanhã que não nos pertence,
mas que tentamos controlar.
Sofremos pelas amizades e afinidades que tentamos dominar,
Sofremos pela doença que podemos ter,
pela gripe que pode virar bronquite, e nos abatemos.
Sofremos pelo medo do imponderável, pelo que não podemos medir,
que não vemos, mas às vezes, podemos ouvir, e nos trancamos.
Sofremos pelas nossas faltas, e nos abatemos com as dificuldades que criamos, e estagnamos.
Por isso, as notas que não tiramos, as provas em que não passamos,
os amores que não vivemos, o abraço que perdemos,
os cadernos amarelados, os cheiros da infância,
a velha chupeta guardada ou perdida,
são doces lembranças, mas até nelas, sofremos.
Sofremos, porque não queremos nada simples,
nem simplesmente viver,
nem simplesmente amar.
Temos medo de nos entregarmos definitivamente ao amor,
medo de sofrer uma dor maior, por isso, sofremos, até pelo que não sabemos.
E hoje, sabendo que o sofrer é uma antecipação da dor que nem sempre viveremos,
vou procurar conquistar aquilo que realmente me cabe.
E, se a dor me visitar, vai me encontrar mais forte,
porque tenho a exata medida de tudo o que já passei,
e sou o fruto maduro dessa árvore chamada vida.
domingo, 6 de março de 2011
Eu mais Eu - Tião Carreiro
mesmo que meu jeito de levar a vida incomode,
eu sei quem sou...
E sei pelo que devo lutar,
e se você acha que meu orgulho é grande,
é porque nunca viu o tamanho da minha FÉ!
Educação: Descobrindo a grandeza das coisas anônimas - Augusto Cury
uma pessoa profunda encontra prazer nas coisas ocultas, nos fenômenos aparentemente imperceptíveis: no movimentos das nuvens, no bailar das borboletas, no abraço de um amigo,
no beijo de quem ama, num olhar de cumplicidade, no sorriso solidário de um desconhecido.
Felicidade não é obra do acaso, felicidade é um treinamento.
Treine as crianças para serem excelentes observadoras. Saia pelos campos ou pelos jardins, faça-as acompanhar o desabrochar de uma flor e descubra juntamente com elas o belo invisível. Sinta com seus olhos as coisas lindas que estão ao seu redor.
Leve os jovens a enxergar os singelos momentos,
a força que surge nas perdas,
a segurança que brota no caos,
a grandeza que emana dos pequenos gestos.
As montanhas são formadas por ocultos grãos de areia.
As crianças serão felizes se aprenderem a contemplar o belo nos momentos de glória
e de fracassos, nas flores das primaveras e nas folhas secas do inverno.
Eis o grande desafio da educação da emoção!
Para muitos, a felicidade é loucura dos psicólogos, delírios dos filósofos, alucinação dos poetas. Eles não entenderam que o segredo da felicidade se esconde nas coisas simples e anônimas,
tão distantes e tão próximas deles.
in "Pais brilhantes, Professores fascinantes" - pág. 41