quarta-feira, 25 de março de 2009

Um poema - Mário Quintana

Um poema
como um gole d'água
bebido no escuro.
Como um pobre animal palpitando ferido.
Como pequenina moeda de prata
perdida para sempre na floresta noturna.
Um poema sem outra angústia
que a sua misteriosa condição de poema.
Triste
Solitário
Único
Ferido de mortal beleza.

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