quarta-feira, 9 de abril de 2014

Dor de amor - Marla de Queiroz

" Dor de amor é a mais vulgar (no sentido de ser a mais comum), 
dor existencial é uma transcendência. 
Não evito minhas dores, vou até o cerne dos sentimentos, 
vejo-a tão vital quanto a alegria. 
Pois se, através deste processo também me vem a necessidade de auto-investigação e evolução interna, por mais desnorteada que eu me veja enquanto inserida no emocional da situação, é esse desconforto que me indica o degrau acima, me tira da zona de conforto, 
me instiga a buscar uma nova direção. 
A dor bem aproveitada não deve ser temida, deve ser usada como ferramenta para o autoconhecimento, extirpação do mal-resolvido, para o crescimento. 
Eu não temo a dor, nem emoção alguma, se assim fosse, até a alegria me incomodaria. 
O que não permito é que ela me leve ao estado da prostração, da autopiedade ou de algo que não aceite regeneração. Dor transmuta-se. E o Tempo dono de todas as coisas, ensina quão provisório é o pranto e a gargalhada. Por isso não recuso nada. 
Que venha o que vier, como vier. Eu suporto qualquer circunstância que me lapide, 
que me desassossegue para que eu valorize os momentos de paz do meu coração. 
Vida é totalidade. Inclui tudo. Vida é vontade de Mundo.
Dor faz parte da vida e, por mais preciosa que seja, 
não permito que ela seja a parte mais importante.

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