terça-feira, 1 de setembro de 2009

Felicidade é o saldo - Laura H

Estava estressada esses últimos tempos, tensa, cheia de preocupações. De TPM.
E pensando, como que eu posso ser feliz para sempre, se estou essa pilha de nervos?
Porque eu sempre achei que existia feliz para sempre.
Ai, hoje, tive que passar no caixa eletrônico do banco e me vieram duas opções.
Saldo ou extrato. Tirei o extrato, mas fiquei pensando.
A vida é o extrato. Felicidade é o saldo.
E eu fiquei pensando nisso. Será que a gente precisa mesmo se ater a todos os débitos?
Será que precisa ficar revendo tudo o que saiu da nossa conta de alegria? De contentamento?
Ou será que o que interessa é só o que está lá, na conta, disponível, agora?
Acho que, às vezes, pode ser necessário (ainda que doloroso) ver o extrato:
na conta corrente de nosso "todo dia" haverá sempre pequenos (grandes ou médios) aborrecimentos e haverá sempre pequenas (grandes ou médias) alegrias e satisfações, compensando umas e outras é bom que se tenha felicidade no fim,
mas é importante saber por onde estão escoando nossos créditos.
Ou, ainda, porque estamos com tão poucos créditos recentemente...vai saber...
É importante também aprender: do mesmo jeito que uma bolsa não valia o seu salário do mês, aquela briga quando sua irmã pegou seu sapato não poderia ter gerado uma tristeza tão grande.
Só que, hoje, estou mais interessada no saldo.
E mesmo que entre no cheque especial, recorrendo a quem quer que possa me emprestar um pouquinho, mesmo que alguém vá me cobrar juros e correção monetária
(e se tem uma coisa que é bom devolver com juros e correção monetária, é alegria),
mesmo que eu tenha que parcelar essa felicidade em quatro vezes com juros,
eu quero ser feliz, no saldo de todo dia, até que esse todo dia seja o meu para sempre.

2 comentários:

Sonia Schmorantz disse...

É uma bela reflexão, muito criativa esta comparação também!
beijos

Sabrina Gonçalves disse...

Nossa, foi uma reflexão admirável! Melhorou meu dia ter lido isso! Seu blog é fantástico! Meus parabéns! Vou ler sempre que puder! Abraços e continue escrevendo!