sexta-feira, 2 de outubro de 2009

O assunto "amor" é sempre cafonérrimo - Martha Medeiros

Quem é que nunca teve um Rodrigo, um Marcelo, um Felipe, um Rafael?
Ou um... tudo bem, pode ser uma Roberta, uma Juliana, uma Daniele ou uma Patrícia... Paquerar é bom, mas chega uma hora que cansa!
Cansa na hora que você percebe que ter 10 pessoas ao mesmo tempo é o mesmo que não ter nenhuma, e ter apenas uma, é o mesmo quer possuir 10 ao mesmo tempo!
A "fila" anda, a coleção de "figurinhas" cresce, a conta de telefone é sempre altíssima...
Mas e aí? O que isso te acrescenta? Nessas horas sempre surge aquela tradicional perguntinha: "Por que aquela pessoa pela qual você trocaria qualquer programa por um simples filme com pipoca abraçadinho no sofá da sala não despenca logo na sua vida?"
Se o tal "amor" é impontual e imprevisível, que se dane!
Não adianta: as pessoas são impacientes! São e sempre vão ser! Tem gente que diz que não é... "Eu não sou ansioso, as coisas acontecem quando tem que acontecer."
M-E-N-T-I-R-A! Por dentro todo ser humano é igual: impaciente, sonhador, iludido...
Jura de pé junto que não, mas vive sempre em busca da famosa cara metade.
Pode dar o nome que quiser: amor, alma gêmea, par perfeito, a outra metade da laranja...
No fim dá tudo no mesmo. Pode soar brega, cafona, piegas... Mas é a realidade.
Inclusive o assunto "amor" é sempre cafonérrimo.
Acredito que o status de cafona surgiu porque a grande maioria das pessoas nunca teve a oportunidade de viver um grande amor.
Poucas pessoas experimentaram nesta vida a sensação de sonhar acordada,
de dormir do lado do telefone, de ter os olhos brilhando,
de desfilar com aquele sorriso de borboleta azul estampado no rosto...
Não lembro se foi o "Wando" ou se foi o "Reginaldo Rossi" que disse em uma entrevista que se a Marisa Monte não tivesse optado pelo "Amor I love you"
e que se o Caetano não tivesse dito "Tô me sentindo muito sozinho..."
eles não venderiam mais nenhum disco. Não adianta, o público gosta e vibra com o "brega".
Não adianta tapar o sol com a peneira.
Por mais que você não admita:
você ficou triste porque o Leonardo di Caprio morreu em "Titanic"
e ficou feliz porque a Julia Roberts e o Richard Gere acabaram juntos em "Uma Linda Mulher".
Existe pelo menos uma música sertaneja ou um "pagodinho" que te deixe com dor de cotovelo. Você sabe a letra de pelo menos uma das músicas de "Sandy e Júnior",
nem que seja para cantar com a música de fundo.
Quando você está solteiro e vê um casal aos beijos e abraços no meio da rua você sente a maior inveja. Você já se pegou escrevendo o seu nome e o da pessoa pelo qual você está apaixonada no espelho embassado do banheiro, ou num pedacinho de papel.
Você já se viu cantando o mantra "Toca, telefone, toca" em alguma das sextas feiras de sua vida, ou qualquer outro dia que seja.
Você já enfiou os pés pelas mãos alguma vez na vida e se atirou de cabeça numa "relação"
sem nem perceber que você mal conhecia a outra pessoa e que com este seu jeito de agir ela te acharia um tremendo louco.
Você, assim como nos contos de fada, sonha em escutar um dia o tal
"E foram felizes para sempre" e adora quando passa na TV aqueles comerciais de margarina,
a là Doriana, no maior estilo "super família feliz" durante o intervalo das novelas...
Bem, preciso continuar? Ok, acho que não...
Mas, assim como você,
eu também me nego a confessar qualquer uma das situações descritas acima,
até porque, nós, mulheres, não somos mulheres de ficar sonhando acordada,
ou paradas esperando a vida passar.
E, todOOOOs nós, morremos mas não perdemos a pose, certo?!?!"

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