segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Solidão - Silvia Plath

"Chega uma época em que todos os seus canais de expressão ficam bloqueados,
como se entupissem de cera.
Você se senta no quarto,
sentindo uma dor pungente no corpo,
que trava a garganta e se contrai perigosamente no canal lacrimal atrás do olho.
Uma palavra, um gesto,
e tudo que está retido dentro de você
- ressentimentos remoídos,
inveja gangrenosa,
desejos supérfluos - frustrados -
tudo isso explode para fora de você em lágrimas de uma fúria impotente
- soluços constrangedores,
um choro que não é endereçado a ninguém em particular.
Nenhum ombro a amparará,
nenhuma voz dirá:
Calma, calma. Durma que vai passar."

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