segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Amor aprisionante - Milan Kundera

Então porque é que pensava que todos os dias ela ia deixá-lo?
Só posso explicá-lo dizendo que o amor estava para ele,
não no prolongamento, mas nos antípodas da sua vida pública.
O amor era para ele o desejo de abandonar-se ao arbítrio e à mercê do outro.
Quem se entrega ao outro como um soldado se deixa fazer prisioneiro
tem de despojar-se de previamente de todas as armas.
Vendo-se sem defesas, não pode coibir-se de estar sempre a pensar no momento
em que o golpe fatal será dado.


in "A Insustentável Leveza do Ser"

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