terça-feira, 9 de novembro de 2010

Sentimentalidades - Eça de Queiroz

(...) tinha suspirado, tinha beijado o papel devotadamente!
era a primeira vez que lhe escreviam aquelas sentimentalidades,
e o seu orgulho dilatava-se ao calor amoroso que saía delas,
como um corpo ressequido que se estira num banho tépido;
sentia um acréscimo de estima por si mesma,
e parecia-lhe que entrava enfim numa existência superiormente interessante,
onde cada hora tinha o seu encanto diferente,
cada passo conduzia a um extase,
e a alma se cobria de um luxo radioso de sensações!!!

in "O primo Basílio"

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