terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O silêncio, o tempo... - Antoine Saint-Exupéry

Nunca dês ouvidos àqueles que, no desejo de te servir,
te aconselham a renunciar a uma das tuas aspirações.
Tu bem sabes qual é a tua vocação, pois a sentes exercer pressão sobre ti.
E, se a atraiçoas, é a ti que te desfiguras.
Mas fica sabendo que a tua verdade se fará lentamente,
pois ela é nascimento de árvore e não descoberta de uma fórmula.
O tempo é que desempenha papel mais importante,
porque se trata de te tornares outro e de subires uma montanha difícil.
Porque o ser novo, que é unidade libertada no meio da confusão das coisas,
não se te impõe como a solução de um enigma,
mas como um apaziguamento de litígios e uma cura de ferimentos.
E só virás a conhecer o seu poder, uma vez que ele se tiver realizado.
Nada me pareceu tão útil ao homem como o silêncio e a lentidão.
Por isso os tenho honrado sempre como deuses por demais esquecidos.


Nenhum comentário: