terça-feira, 11 de agosto de 2009

O último poema - Manuel Bandeira

Assim eu quereria meu último poema
Que fosse terno
dizendo as coisas mais simples e menos intencionais
Que fosse ardente como um soluço sem lágrimas

Que tivesse
a beleza das flores quase sem perfume

A pureza da chama em que se consomem os diamantes mais límpidos
A paixão dos suicidas que se matam sem explicação.

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