terça-feira, 28 de julho de 2009

Solidão - Cecília Meirelles

O que é preciso é entender a solidão!
O que é preciso é aceitar, mesmo, a onda amarga
que leva os mortos.
O que é preciso é esperar pela estrela
que ainda não está completa.
O que é preciso é que os olhos sejam cristal sem névoa,
e os lábios de ouro puro.
O que é preciso é que a alma vá e venha;
e ouça a notícia do tempo,
e entre os assombros da vida e da morte,
estenda suas diáfanas asas,
isenta por igual.
De desejo e de desespero.
Cecília Meireles in Poemas (1954)

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